você tem 90 minutos para escapar bem dessa!

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Pois bem: o preço é alto, incluindo desde gastos com os cuidados hospitalares até a perda de produtividade do paciente depois do infarto ou morte.

Foram analisados os dados de 2.622 pessoas que infartaram e foram atendidas na rede de saúde pública de Brasília. Entre elas, 36% apenas receberam algum tratamento para reestabelecer o fluxo sanguíneo na coronária entupida nas primeiras três horas; para 43,7% dos indivíduos, porém, isso demorou de três a seis horas para acontecer; outros 13,7% tiveram de aguardar entre seis e nove horas, o que já é tempo demais, e outros 6,6% só receberam a terapia de reperfusão após longas nove horas.

“As despesas com os indivíduos que esperaram tudo isso foram 45% maiores em comparação com aqueles que foram tratados nas primeiras três horas”, compara o professor Sposito. Mais triste e preocupante, porém, é o seguinte: cada hora de atraso na terapia de reperfusão significa um risco 6,2% maior de morrer do coração antes mesmo de sair do hospital.

Guarde este nome: trombolítico

Um jeito de fazer a tal reperfusão seria submeter a pessoa que sofreu um infarto a uma angioplastia. Com a ajuda de um cateter que viaja pelos vasos, o médico infla um balão bem no ponto obstruído da coronária, esmagando o trombo e deixando uma espécie de rede, o stent, para manter o caminho livre para a circulação. Isso precisa ser feito, na pior das hipóteses, nas primeiras seis horas. Mas quanto antes — dentro daqueles primeiros 90 minutos —, melhor. Aí, sim, a chance de sucesso será nas alturas.

“Se, porém, a unidade de emergência para onde o paciente foi levado não oferece angioplastia, ele deverá receber um trombolítico na veia antes de ser transferido para um lugar capaz de realizar esse procedimento”, informa o professor. E lamenta: “Eu me formei há mais de trinta anos, vejo pessoas sofrendo infarto toda semana desde então e, infelizmente, mais da metade delas chegam ao serviço de Cardiologia sem terem recebido o tal trombolítico, medida reconhecida como necessária por todas as dirertrizes há mais de quarenta anos “.