Uso de fundos russos para ajudar a Ucrânia precisará de criatividade

Distrito Federal

Diplomatas se preparando para a cúpula de líderes do G7, o grupo das sete maiores economias do mundo, da próxima semana precisarão ser criativos para encontrar maneiras de alavancar os lucros gerados pelos ativos russos congelados no Ocidente e ajudar a Ucrânia, disseram autoridades nesta sexta-feira (7).

Líderes dos Estados Unidos, Japão, Canadá, França, Alemanha, Itália e Reino Unido vão se reunir de 13 a 15 de junho, e a discussão sobre como melhor utilizar os fundos russos imobilizados está entre as principais da agenda.

A questão está sendo analisada há semanas e os chefes do G7 esperavam fazer progressos significativos em sua reunião em Borgo Egnazia, um resort exclusivo na região sudeste da Puglia, sudeste da Itália.

Um funcionário do governo alemão disse a repórteres na sexta-feira que não esperava que uma decisão final fosse tomada na cúpula, mas um alto funcionário italiano disse que diplomatas estão trabalhando duro para superar inúmeros problemas técnicos.

“Estou confiante de que a criatividade diplomática e a linguagem complexa dos diplomatas podem muitas vezes ajudar nesses casos quando há uma vontade política genuína”, disse o oficial italiano, que vem acompanhando as discussões de perto.

Cerca de 260 bilhões de euros de fundos do banco central russo estão congelados em todo o mundo, a maioria na União Europeia, gerando cerca de 3,5 bilhões de euros por ano em lucro.

Alguns governos da União Europeia gostariam de utilizar parte do rendimento dos juros e investir a maior parte em compras de armamentos e na reconstrução da Ucrânia, que foi devastada pela invasão russa de 2022.

Os Estados Unidos, por outro lado, estão pressionando para usar os lucros como uma fonte de receita estável para pagar um grande empréstimo de 50 bilhões de dólares que poderia ser obtido no mercado.

A Rússia afirma que qualquer desvio dos lucros de seus fundos congelados seria considerado roubo.

Um funcionário italiano disse que um dos problemas é que os fundos russos estão congelados na Europa sob um regime de sanções que precisa ser renovado unanimemente por todos os 27 governos da UE a cada seis meses.

“Se você faz um empréstimo que é pago ao longo de 50 ou 10 anos, como você pode usar os lucros de um ativo que você sabe que está congelado por apenas seis meses? Esta é uma das dificuldades técnicas mais desafiadoras que estamos considerando”, disse o funcionário.

“É puramente técnico, não é uma questão de vontade.”