Sugestões para deixar o VAR divertido – 03/06/2024 – Sandro Macedo

Esportes

Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, já dizia o tio Ben, morto antes da implementação do VAR.

Não está fácil a vida do Video Assistant Referee, ou Árbitro Assistente de Vídeo. O nosso amigo eletrônico não conseguiu diminuir nem as discussões na mesa do bar; aliás, elas dobraram.

Se antes a polêmica era se o juiz errou ou não, agora é se o VAR interferiu equivocadamente no erro (ou não) do destemido juiz.

É uma confusão. Talvez devessem criar um VAR para o VAR, monitorado por John Textor, evidentemente —Textor, como qualquer inteligência artificial sabe, entende tanto de futebol quanto o supracitado tio Ben.

Nesta semana, o VAR terá um capítulo especial. Times da Premier League, na Inglaterra, vão se reunir para votar sobre mudanças, ou não, no uso do auxílio eletrônico. Só o fato de os clubes discutirem o tema já significa.

Enfim, no intuito de ajudar à melhoria do VAR, em particular, e da arbitragem, de modo geral, este humilde e ultrajante escriba gostaria de deixar algumas sugestões.


Técnico chama o VAR

Quem pede o VAR agora é o professor, como acontece no vôlei, na NBA ou na NFL. De repente, ele joga até um paninho vermelho no chão (isso vai atrair torcedores americanos). Ele pode pedir dois por jogo, com direito a um terceiro se acertar um dos dois primeiros. Assim, a partir de agora, o juiz será obrigado a apitar a partida como se o VAR não existisse (muitos vão sofrer com a adaptação). Importante: todos os gols continuam com correção automática.


Lei Roger Guedes (in memoriam do Corinthians)

Qualquer jogador que corra ao lado do juiz, enchendo o saco, enquanto ele for checar o VAR (pedido por um treinador, evidentemente), será excluído do jogo. O técnico poderá fazer a substituição se não tiver esgotado as cinco permitidas. Se já as tiver feito, o time ficará com um a menos. Roger Guedes era o jogador-VAR mais chato do Brasil, ao lado de Lil Gabi (menos irritante na reserva).

Lei Neymar

Caso algum jogador coloque a mão no rosto ou role no chão como se tivesse sido mortalmente agredido por uma cotovelada, pontapé ou tiro, o VAR pode interferir e apenas comunicar o juiz. Se a tal agressão for fake news, o moço está fora do jogo —nos moldes da lei Roger Guedes.

Atendimento médico com bola correndo

Como já acontece no rúgbi, se o sujeito-jogador precisar mesmo de atendimento médico, ele será feito sem que o jogo seja paralisado. Este escriba imagina que as contusões em campo vão diminuir em 74,9999% —deve existir 25,0001% de gente honesta no futebol. E o atendimento ao goleiro? Essa posição em particular responde por 99% da desonestidade futebolística. Se o goleiro segurar a bola e se atirar no chão sem necessidade, está automaticamente fora (cada time poderá ter quatro goleiros no banco).

Seis segundos

Agora vai valer e o VAR é quem vai disparar o cronômetro. O goleiro que passar dos seis segundos para repor a bola será punido com tiro livre indireto contra sua meta, a ser disparado de algum ponto da linha da meia-lua da área (saudades do Torneio Início).

Regra Felipe Melo

Assim como no basquete, qualquer jogador que cometa mais de cinco faltas será excluído da partida —e, como já explicado em exclusões anteriores, poderá ser substituído caso o time não tenha feito as cinco alterações.

Fim da palhaçada no banco

A partir de agora, só o professor e o médico podem ficar no banco com os reservas. Os assistentes devem ficar em outro canto. Será o fim da palhaçadinha do revezamento de bronca no pobre juiz.

Arbitragem de choque

Os professores-treinadores terão uma tornozeleira com dispositivo de choque. Quem sair da linha delimitada em campo automaticamente levará uma pequena descarga elétrica. Os choques serão ministrados pelo quarto árbitro, que ficará numa cadeirinha a 1,75 m de altura, como a do tênis.


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