Star Trek: os conceitos científicos por trás das séries e filmes da saga

Tecnologia

Criada por Gene Roddenberry em 1966, a franquia de ficção científica Star Trek (Jornada nas Estrelas) se tornou uma das maiores obras da cultura pop, ao lado de Star Wars, Doctor Who e outras produções que abordam um universo futurístico.

Desde o lançamento da série original, já foram produzidos mais de 10 filmes e dezenas outras temporadas; inclusive, o fenômeno cultural foi tão grande que os conceitos científicos do seriado influenciaram algumas tecnologias da vida real.

Como foi desenvolvida em meados dos anos 1960, a tecnologia apresentada pela franquia ainda não havia chegado ao nível que conhecemos atualmente. Contudo, a imaginação dos roteiristas e dos consultores científicos possibilitou ideias que acabaram sendo transformadas em realidade. Por exemplo, as portas automáticas apresentadas no clássico seriado começaram a ser muito utilizadas em todo o mundo a partir da década de 1970.

Se você acompanha a franquia, provavelmente sabe que os cientistas viajantes do espaço possuem um replicador, uma máquina que possibilita a materialização de diversos itens. Ainda não chegamos a esse nível, mas a atual tecnologia de impressão 3D permite um processo um pouco ‘similar’ — claro, sem a parte de materialização. Com uma impressora 3D e diferentes tipos de filamentos, é possível imprimir objetos, alimentos e até órgãos.

“Star Trek e a NASA têm uma forte ligação há muitos anos, com a primeira sendo inspirada a escrever histórias do futuro pelas atividades atuais da NASA, e a última inspirada a fazer grandes coisas agora pelas histórias que todos vimos. Ambos se beneficiaram muito dessa interação contínua. Macdonald foi a escolha óbvia para se juntar à série de pessoas que visitaram Goddard ao longo dos anos e exploraram essa conexão”, disse o cientista do projeto de operações do Telescópio Espacial Hubble, Ken Carpenter, durante uma visita da consultora científica de Star Trek, Dra. Erin Macdonald, à NASA.

Assim como diferentes obras de ficção científica, Star Trek recebeu dicas de consultores para inserir conceitos científicos que são realidade e outros que teoricamente podem ser reais. Para você compreender um pouco mais sobre a representação da ciência nos filmes e seriados da franquia, reuni um texto com informações de cientistas e especialistas.

Os conceitos científicos e tecnologias de Star Trek são reais?

Star Trek não é a primeira obra de ficção científica a utilizar conceitos científicos e tecnologias que acabaram no mundo real. Diversos livros dos anos 1930, por exemplo, apresentaram ideias inovadoras que se transformaram em realidade ou foram estudadas posteriormente por cientistas e pesquisadores.

A imagem apresenta o elenco da série original Star Trek, lançada em 1966.Fonte:  Reprodução / Star Trek 

“Dezenas de cientistas, engenheiros e físicos de hoje — bem como matemáticos, químicos e até astronautas — foram inspirados quando crianças por Star Trek para se dedicarem profissionalmente a estas áreas”, disse o autor do livro ‘Star Trek: o guia oficial do nosso universo’, Andrew Fazeka, ao comentar sobre a influência da franquia na formação de diversos cientistas atuantes.

Antimatéria

A antimatéria é um conceito científico real mencionado pela primeira vez na série original da década de 1960, mas foi citado em diversas obras outras da saga. A produção cinematográfica aborda sobre motores que utilizam antimatéria e, embora isso ainda não seja uma realidade, a antimatéria é.

O conceito científico da antimatéria foi proposto pela primeira vez pelo físico Paul Dirac, em 1928, mas começou a se popularizar após o lançamento de Star Trek. Como o nome sugere, a antimatéria é o inverso da matéria; a ciência explica que para cada partícula existe uma partícula oposta com características iguais, mas com carga elétrica invertida. Por exemplo, para cada elétron existe um pósitron e para cada próton existe um antipróton.

Táquions (Tachyons)

Assim como a antimatéria, os táquions foram citados diversas vezes em Star Trek, mas o conceito científico também já existia antes da saga. Trata-se de uma partícula hipotética que pode exceder a velocidade da luz em seu estado natural. A hipótese foi proposta pela primeira vez pelo físico alemão Arnold Sommerfeld e posteriormente estudada por diversos cientistas.

Na franquia, os táquions são utilizados para possibilitar viagens rápidas e equipar diversas outras tecnologias fictícias. Apesar de ser previsto em teoria como algo real, a ideia hipotética nunca foi confirmada em experimentos com partículas reais.

Phaser

O Phaser (PHASed Energy Rectification) é uma arma utilizada na franquia para ferir ou apenas imobilizar algum inimigo; em palavras mais simples, é um tipo de arma a laser. Apesar de ainda não existir algo semelhante ao Phaser, a ciência sugere que é possível criar armamentos utilizando a tecnologia de lasers. Por exemplo, a Divisão de Defesa Aérea do Exército dos EUA está desenvolvendo um tipo de Phaser capaz de eliminar drones.

A empresa Lockheed Martin desenvolveu um protótipo semelhante a um Phaser, a partir de um laser de alta energia que pode perfurar um pedaço de aço.A empresa Lockheed Martin desenvolveu um protótipo semelhante a um Phaser, a partir de um laser de alta energia que pode perfurar um pedaço de aço.Fonte:  Reprodução / Star Trek 

Robôs

Os robôs são citados por obras de ficção científica há centenas de anos, incluindo Star Trek. Na série Star Trek: The Next Generation, o personagem Data é um robô com aparência e características mentais de um ser humano. Ainda não alcançamos esse estágio, mas diversas empresas já estão trabalhando para construir androides funcionais, como no caso da SpaceX.

Com o avanço da IA e dos materiais tecnológicos, é possível que o futuro seja repleto de robôs funcionais que auxiliam a humanidade em diversas tarefas. Enquanto isso não acontece, podemos continuar a assistir Star Trek.

Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro de mais curiosidades sobre astronomia aqui TecMundo. Se desejar, aproveite para conhecer quais conceitos de ficção científica que na teoria já são ‘possíveis’.