Scarpa x Willian: pedras preciosas não têm valor para cobrir prejuízo

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O chamado “caso das criptomoedas”, que envolve o meia-atacante Gustavo Scarpa, do Atlético-MG, e o centroavante Willian Bigode, do Santos, ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (22).

Em decisão proferida no último dia 20 de maio, por Wendelson Pereira Pessoa, juiz da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Seção Judiciária do Acre, foi informado de que as pedras de alexandritas não têm valor suficiente para cobrir o prejuízo de R$ 6,3 milhões sofrido por Gustavo no golpe.

O pedido para a realização de uma perícia nas pedras foi realizado pelo juiz Danilo Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), no último dia 16 de janeiro, e realizada pela Polícia Federal do Acre.

Como mostrou a ESPN em março de 2023, a Xland possuia um malote de 20,8 kg contendo alexandritas. A empresa diz que elas valem mais de R$ 2 bilhões. No entanto, notas fiscais às quais a reportagem teve acesso mostram que a companhia pagou apenas R$ 6 mil pelos minérios.

O valor de R$ 2 bilhões, porém, foi o apresentado a Scarpa como lastro quando ele assinou contrato de investimento com a Xland, ao lado do lateral-direito Mayke, após aconselhamento dado pelo atacante Willian “Bigode”, seu ex-companheiro de Palmeiras.

A mala em questão, que estava em uma seguradora em São Paulo, foi apreendida pela Justiça em 26 de julho do ano passado, sendo levada para Superintendência da Polícia Federal, também na capital paulista.

Para o magistrado que pediu um estudo técnico sobre o valor das pedras, o laudo “será importante para aferir a procedência das pedras arrestadas e indicar o valor aproximado delas”, o que é “de total interesse da parte autora e justifica a realização da perícia”.

Com a emissão do documento por parte da Polícia Federal e o informe de que as pedras de alexandrita não são valiosas o suficiente para cobrir o prejuízo sofrido por Scarpa, a tendência é que o processo siga adiante.

O caso de Scarpa corre na 10ª Vara Cível de São Paulo. O meio-campista alega que o prazo para a devolução do dinheiro era 19 de agosto de 2022, o que não ocorreu. Com isso, ele pede a rescisão dos contratos assinados e o ressarcimento dos R$ 6.300.000,00 investidos.

Já o processo de Mayke está na 14ª Vara Cível da capital paulista. Ele também pede as rescisões contratuais e a devolução de seu investimento de R$ 4.583.789,31, o que deveria ter sido feito em 12 de outubro de 2022.

O lateral-direito ainda exige o pagamento de R$ 3.250.443,30, que seria a rentabilidade do período, dando um valor total à causa de R$ 7.834.232,61.