Quem é e o que faz o autor do gol da única vitória dos EUA sobre o Brasil

Esportes

Brasil e Estados Unidos possuem diversas diferenças, que surgem dos mais variados assuntos e englobam, claro, o futebol. A história, ainda que não precisasse, comprova isso até com certa facilidade antes de um novo embate entre as seleções, nesta quarta-feira (12), em Orlando.

A equipe pentacampeã do mundo venceu 19 dos 20 jogos que fez contra os americanos, que serão sede de uma nova edição de Copa América a partir da próxima semana. Mas o único triunfo dos Estados Unidos é até hoje lembrado, sobretudo por quem fez acontecer dentro de campo.

Nascido na antiga Iugoslávia em 24 de junho de 1963, o atacante Predrag Radosavljevic estava no banco de reservas naquele 10 de fevereiro de 1998, quando Brasil e Estados Unidos faziam a primeira semifinal da Copa Ouro, torneio que, para a equipe de Zagallo, servia de preparação para a Copa do Mundo.

Todos, incluindo os nascidos na terra do tio Sam, esperavam um massacre verde e amarelo. E foi: o problema é que a imensa superioridade não foi refletida no placar.

Edmundo, Denilson e especialmente Romário perderam inúmeras chances de dar ao Brasil uma vitória e classificação tranquila. O Baixinho, por exemplo, teve cinco oportunidades reais, mas em todas parou no goleiro Kasey Keller.

Até que Preki, apelido do atacante nascido na Iugoslávia e criado nos Estados Unidos, foi chamado para entrar em campo e fez o que as estrelas brasileiras, de muito mais qualidade, renome e capacidade, não conseguiram.

Em um chute de fora da área, o então jogador do modesto Sporting Kansas City acertou o canto direito de Taffarel, consagrado goleiro do tetracampeonato de 1994, e decidiu a vitória dos Estados Unidos em Los Angeles, na Califórnia.

“Lembro que estávamos sendo amassados pelo Brasil, mas Kasey (Keller) teve uma daquelas noites que acontece uma vez na vida”, falou Preki, no aniversário de 20 anos daquela vitória, em 2018.

“Fiquei no banco por, não sei, 60 minutos. O Brasil tinha chances atrás de chances. Se tivéssemos perdido de 7 a 0, provavelmente seria um resultado justo, mas é por isso que futebol é um esporte tão lindo. Nunca se sabe o que pode acontecer”, garantiu.

Antes de marcar um gol na seleção, Preki teve oportunidade de jogar na Europa. Atuou por Everton e Portsmouth, já na era Premier League. A aposentadoria aconteceu em 2005, pelo Kansas City, em um país onde acostumou-se a render bem.

Em dez temporadas na Major League Soccer, Preki anotou 79 gols e distribuiu 112 assistências em 242 jogos, a ponto de ser eleito o melhor jogador da temporada em dois anos seguidos (1997 e 2003).

Aposentado dos gramados, o algoz do Brasil em 1998 não largou de vez o futebol. Formou-se como técnico na Europa, adquiriu a licença da Uefa e iniciou a carreira de auxiliar, primeiro de Bob Bradley na franquia norte-americana do Chivas, em 2006.

Preki chegou a ser treinador principal, do próprio Chivas e também do Toronto. Em 2018, o ex-atacante foi contratado como integrante fixo da comissão técnica do Seattle Sounders, equipe da MLS que, quatro anos depois, faturou a Champions da Concacaf e disputou o Mundial de Clubes.

Uma carreira e tanto que teve o gol contra o Brasil como um momento especial, mas que manteve a humildade no personagem.

“Depois do jogo, lembro que era difícil de descrever, porque tínhamos vencido o Brasil! Depois de todas as chances que eles tiveram, e o Kasey nos deixou naquela posição em que conseguimos a vitória”.

Próximos jogos da seleção brasileira: