Prates tenta tirar ‘silveirinhas’ da Petrobras e reabre crise

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O governo tem seis vagas no conselho. No mês passado, Prates conseguiu, pela primeira vez, fazer uma delas numa dobradinha com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) no rastro da queda de braço sobre o pagamento de dividendos extras para os acionistas. O indicado foi Rafael Dubeaux, secretário-executivo adjunto da Fazenda. Ele foi indicado com a função de quebrar a hegemonia dos “silveirinhas”. Como mostrou a coluna, os indicados do ministro reagiram com ironia à indicação de Dubeaux.

Sob o comando de Pietro (indicado do ministro Alexandre Silveira, de quem é braço direito), o conselho decidiu não pagar os dividendos aos acionistas, respaldado por um relatório técnico que indicava risco para o nível de confiança de não aumentar o endividamento da companhia, além de poder, em tese, comprometer o plano de investimentos, além de um comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Prates, na prática, votou contra a posição de Lula ao se abster, o que quase lhe custou o emprego.

O governo também está insatisfeito por Prates não tirar do papel investimentos na indústria naval e por não tocar projetos de fertilizantes e gás natural, todas ações prioritárias da gestão petista. No mercado de petróleo e gás, Prates é visto como alguém que entende do que faz, mas que travou a empresa diante de sua ambição de se eleger ao governo do Rio Grande do Norte em 2026.

Tentativas

O CEO já fez movimentos para a troca do presidente do conselho de administração. Ele tentou emplacar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, mas ambos recusaram.

A expectativa é que o tema dividendos volte para a pauta na próxima reunião do conselho, em 19 de abril, e, desta vez, seja aprovado. Após respaldar as críticas públicas do ministro de Minas e Energia ao presidente da Petrobras sobre a condução do tema, Lula pediu ao ministro que desse uma trégua, mas já foi avisado que foi Prates quem recomeçou.