Por que Lula pode antecipar a indicação para a presidência do BC

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Na linguagem de Brasília, a indicação antecipada faria o café de Roberto Campos Neto esfriar mais rápido, o que pode interessar a Lula, na medida em que ele tem se incomodado com as movimentações políticas do presidente do Banco Central.

O impacto dos nomes

O mercado já absorveu o nome de Gabriel Galípolo para o comando do BC, especialmente porque já teve tempo de observar a sua atuação tanto na secretaria executiva da Fazenda quanto na diretoria de política monetária do BC. Se ele for, portanto, indicado para o comando da autoridade monetária em julho ou agosto, o impacto no mercado será entre neutro, por já estar precificado, e positivo, pela retirada de uma incerteza do radar.

Na semana passada, a fala do presidente Lula em entrevista à CBN sinalizou que não há martelo batido em relação a Gabriel Galípolo. Lula disse que o próximo presidente precisa ser uma pessoa “madura, calejada, responsável, alguém que tenha respeito pelo cargo que exerce e alguém que não se submeta a pressões de mercado”. Entre os nomes que circulam como possíveis indicações de Lula, Galípolo não é o mais experiente.

Diante dessa leitura de que Lula ainda não escolheu o sucessor de Campos Neto, a ala mais radical do PT passou a defender o nome do economista André Lara Resende, a exemplo do que havia feito antes da posse de Lula para o Ministério da Fazenda (e antes do anúncio do nome de Fernando Haddad).

As especulações acenderam um sinal amarelo no mercado, que prefere para o comando do BC um nome menos ligado às alas mais radicais do PT e já com um histórico de atuação no Copom. Apesar de ter sido citado, o nome de André Lara Resende não está hoje na mesa como uma possibilidade real de escolha do presidente.