por que algumas marcas não recomendam?

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O rodízio de pneus é uma prática recomendada pelos fabricantes para aumentar a segurança e a vida útil do componente, mas nem todas as montadoras aprovam isso

O rodízio de pneus é um procedimento preventivo recomendado pelos fabricantes para evitar o desgaste precoce e irregular e, com isso, aumentar a vida útil dos compostos. Mesmo assim, algumas marcas de carros são contra a prática. Por que isso acontece?



Foto: Standret/Freepik/CC / Canaltech

Antes de saber o motivo que leva fabricantes como Volvo e Renault a se posicionarem contra o rodízio periódico de pneus, é importante pontuar que ele é considerado fundamental por alguns especialistas, até por questões de segurança. É o caso de Rafael Astolfi, gerente de Assistência Técnica da Continental Pneus.

Na visão de Astolfi, rotacionar os pneus de tempos em tempos é a maneira mais simples de garantir que os compostos atinjam o máximo de eficiência e desempenho pelo maior tempo possível.

“Reposicioná-los periodicamente é muito importante nesse esforço de fazer com que o pneu atinja com segurança a maior quilometragem possível. A razão para esse procedimento é que o desgaste dos pneus nunca ocorre de forma simétrica”, explica.




Há diversas formas de realizar o rodízio de pneus, mas algumas marcas de carro são contra a prática (Imagem: Freepik/CC)

Há diversas formas de realizar o rodízio de pneus, mas algumas marcas de carro são contra a prática (Imagem: Freepik/CC)

Foto: Canaltech

Por que algumas marcas contestam rodízio?

A justificativa utilizada por fabricantes de veículos, especialmente Volvo e Renault, para não recomendar o rodízio periódico de pneus em alguns de seus carros está ligada, principalmente, à performance.

A Volvo, que adotou tal procedimento no próprio manual do XC70, alegava que os pneus deviam ser mantidos em uma única posição para “se acomodarem melhor” e, com isso, apresentarem menos ruído e nível de tração mais satisfatório.

A Renault, por sua vez, argumentou que o rodízio pode “afetar o comportamento do carro em situações de risco”. A alegação é que pode haver um desgaste desigual causado pela tração dianteira.



Esses são os tipos de rodízio de pneus recomendados pela maioria dos fabricantes (Imagem: Divulgação/Continental)

Esses são os tipos de rodízio de pneus recomendados pela maioria dos fabricantes (Imagem: Divulgação/Continental)

Foto: Canaltech

Como fazer o rodízio corretamente?

Até mesmo entre as fabricantes de pneus não há consenso em relação ao assunto. Embora todas concordem que o rodízio é um procedimento necessário para prolongar a vida útil dos compostos de borracha, a forma correta de execução não é unânime.

Marcas como a Continental orientam que o rodízio seja feito a cada 5 mil quilômetros rodados, não devendo, em hipótese alguma, ultrapassar os 10 mil. As formas apontadas pela marca para realização do rodízio são as seguintes:

  • Tração dianteira: os pneus de trás são jogados para a parte da frente, mas invertendo os lados, enquanto os dianteiros ocupam seus lugares na posição traseira, mantendo os lados originais;
  • Tração traseira: em carros com essa configuração, são os pneus traseiros que mantêm suas posições ao serem jogados para a frente, enquanto os dianteiros invertem os lados na parte traseira;
  • Tração integral: nesses carros, o conceito mais aplicado é o do rodízio em X, com o pneu esquerdo traseiro sendo substituído pelo dianteiro direito e o pneu direito traseiro abrindo vaga para o dianteiro esquerdo.

Pneus direcionais

O chamado rodízio dos pneus em X é o ponto questionado pela Pirelli, cuja fábrica o Canaltech teve a chance de conhecer. Segundo a marca italiana, seus compostos são “direcionais”. Isso significa que, por possuírem um sentido único de rodagem, eles não devem ser submetidos a um rodízio em X.

 

A Pirelli alega que, ao fazer isso, os pneus direcionais passarão a rodar em um sentido contrário ao original e isso pode causar um desgaste irregular nos compostos, prejudicando o desempenho, a segurança e a vida útil.

A recomendação geral, tanto das fabricantes quanto das montadoras, porém, é a mesma: observar o manual do carro e, em último caso, um especialista no assunto. Além disso, o proprietário deve lembrar que o rodízio é uma medida preventiva, e nunca corretiva. Combinado?

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