PF inicia 2ª fase de operação sobre exploração do sal-gema em Maceió

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A Polícia Federal (PF) deu início à segunda fase da Operação Lágrimas de Sal, na manhã desta sexta-feira (24/5). A ação tem como objetivo apurar crimes cometidos na cidade de Maceió (AL) durante a exploração de sal-gema, minério usado na produção de PVC (tipo de plástico).

Agentes cumpriram mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal de Alagoas.

A primeira fase da operação revelou indícios de que relatórios e laudos topográficos contendo dados total ou parcialmente falsos foram apresentados às entidades fiscalizadoras, com a finalidade de ocultar o processo, em andamento, de afundamento da cidade.

Envolvidos no esquema são investigados pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, omissão, entre outros delitos.

PF investiga afundamento em Maceió

Em dezembro de 2023, a Defesa Civil de Alagoas afirmou que o afundamento da mina 18, da Braskem, acelerou e chegou a velocidade vertical de deslocamento de 0,26cm por hora. Até então, o afundamento total da região era de 1,80m.


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Desde 2018, mais de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas devido ao risco de colapso do solo. Como tentativa de reparar o dano e em acordo com o Ministério Público e a prefeitura, a Braskem criou o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação.

Entenda como tudo começou

As atividades de mineração da Braskem em poços de sal-gema, para a produção de plástico, iniciadas ainda na década de 1970, provocaram o deslocamento do solo na região. Em 2018 foi sentido o primeiro tremor de terra no bairro do Pinheiro, em Maceió. As investigações foram iniciadas em 2019.

Após o tremor inicial, surgiram relatos de rachaduras em imóveis e crateras em vias públicas, que se expandiram para os bairros do Mutange, Bebedouro, Farol e Bom Parto. Ao todo, são cinco os bairros de Maceió afetados pela escavação do solo.