Petrobras segura preço da gasolina; crise do governo Dilma pode se repetir?

Esportes

O cenário mudou completamente quando, em 2016, durante o governo Temer, foi implantada a Política de Preços por Paridade de Importação (PPI). Ou seja, a Petrobras passou a compor o preço da gasolina e do diesel considerando o custo internacional de produção.

A PPI recebeu muitas críticas porque, em um contexto de dólar alto e elevação do barril de petróleo, o combustível seguiu em alta no Brasil. Por outro lado, trouxe lucros como nunca para a Petrobras.

O que está acontecendo?

Desde maio do ano passado, a Petrobras, sob gestão de Jean Paul Prates, abandonou a PPI, por entender que os preços internacionais estavam fora da realidade da companhia. Por isso, é natural que existam defasagens em relação ao preço cobrado por refinarias privadas, o que preocupa no momento. No entanto, é a discrepância acima de dois dígitos.

O economista Igor Lucena explica que o contexto atual é parecido com o de 2014, mas não idêntico. “A atual gestão da Petrobras, apesar de ter visão mais à esquerda, entende bastante de petróleo, e está tentando criar uma suavização entre os preços de mercado internacional e também atender o governo – o que significa reduzir margem de lucro para manter o preço”, explica.

Na análise de Lucena, o governo acredita que o valor da gasolina poderia ser ainda menor, mas a Petrobras pensa que não. “Se a gestão da Petrobras seguir como está, é provável que tenhamos pequenos aumentos, saudáveis, devido à alta do barril de petróleo e desvalorização do real em relação ao dólar. Se outro indicado pelo governo assumir, é possível que o preço caia, mas isso poderia trazer prejuízos para a companhia como vimos antes”, pondera.