São Paulo — A organização do SuperBike Brasil, um dos maiores campeonatos de motociclismo do continente, anunciou na última quarta-feira (26/6), a suspensão da categoria Honda Jr Cup por tempo indeterminado. O anúncio veio nove dias após a morte de Lorenzo Somaschini, piloto argentino de nove anos.
Em um comunicado publicado nas redes sociais, a organização disse que a decisão foi tomada em comum acordo com os patrocinadores e tem como objetivo analisar de “forma detalhada” quais medidas e alterações tomar para aumentar a segurança dos pilotos na categoria-escola.
Grave acidente
Lorenzo Somaschini sofreu um grave acidente no último dia 14 de junho, durante um dos treinos livres da categoria, destinada à crianças de 8 a 16 anos, no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.
O jovem piloto foi internado em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Albert Einstein mas acabou falecendo três dias depois.
À época, a SuperBike lamentou o ocorrido e disse que toda a equipe ficou consternada e manifestou “sinceros sentimentos a todos os familiares e amigos de Lorenzo”.
Menino prodígio
Na Argentina, seu país natal, Lorenzo Somaschini era considerado um “menino prodígio do motociclismo”.
Segundo o jornal argentino Clarín, Lorenzo era apaixonado por motos. Aos quatro anos, ganhou de seu pai uma minimoto e, desde então, nunca parou de pilotar. Seu talento nato o levou a participar muito rapidamente de torneios de sua categoria.
Ele se formou na escola de Diego Pierluigi, premiado piloto argentino. Em entrevista a uma rádio de seu país antes da confirmação da morte, Pierluigi falou sobre o acidente. “Ele estava na segunda volta quando sofreu a queda na curva mais lenta do circuito. Foi uma união de muitas coisas. Sofreu um highside. Foi uma queda muito lenta, mas ele bateu a cabeça em uma posição que hoje o coloca lutando pela vida.”
Em abril deste ano, Lorenzo estreou na Junior Cup do SuperBike do país. “Meu sonho é chegar ao MotoGP, ser o campeão do mundo”, disse o menino após a estreia no torneio.
Ao jornal La Capital de Rosario, quando questionado se tinha medo de uma possível queda, ele respondeu: “Não, mas no começo eu tinha. Quando vejo que vou para o chão, tento me enrolar como uma bola e penso que não vai ser nada”.
Natural de Rosario, o garoto completaria 10 anos no dia 17 de julho.
