ONU pede que Israel responda por “crimes de guerra” e embargo a armas

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O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), composto por 47 países, votou resolução para que Israel seja responsabilizado por possíveis “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade”. E também para que nações parem de vender ou enviar armas para Israel. Os armamentos estão sendo usados na guerra contra o Hamas, principalmente na Faixa de Gaza.

Com 28 votos a favor, seis contra e 13 abstenções, em votação nesta sexta-feira (5/4), o órgão definiu que a resolução ajuda a prevenir violações de direitos contra os civis palestinos.

No documento, o conselho apela aos investigadores independentes da ONU para que eles identifiquem armas, munições e qualquer equipamento “dupla utilização” (contra militares e civis). A medida duraria até que os israelenses deixem de impedir o acesso à água e o envio de ajuda humanitária.


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A ideia é aumentar a pressão internacional sobre Israel em relação à ocupação violenta da Faixa de Gaza. Desde o dia 8 de outubro do ano passado, depois da ação terrorista do Hamas em que mais de 1.200 pessoas foram mortas, os militares israelenses atuam no território.

Na votação, Estados Unidos e Alemanha votaram contra a resolução. Enquanto isso, França e Japão preferiram a abstenção. E países como Bélgica, Finlândia e Luxemburgo votaram a favor.

Apesar das palmas ao fim da votação, a representante de Israel se mostrou irritada, principalmente no que diz respeito à responsabilização por “crimes de guerra”, e afirmou que não participaria do resto da sessão do dia, classificando o ato como “mancha no Conselho de Direitos Humanos e nas Nações Unidas como um todo”.

Meirav Eilon Shahar, embaixadora israelense no órgão, afirmou que o “conselho há muito abandonou o povo israelense e defendeu o Hamas”. “Tornou-se um escudo para terroristas. Fez vista grossa a quaisquer atos de violência contra israelenses e judeus”, acusou.

“Não sei se algum de vocês contou, mas Israel aparece na resolução 59 vezes – 59 vezes. O Hamas não aparece”, continuou.

Pressão da ONU e Estados Unidos sobre Israel

A verdade, porém, é que a pressão, principalmente da desconfiança dos Estados Unidos, histórico aliado de Israel, tem feito diferença. O governo do país aprovou “medidas imediatas” para permitir a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.

O anúncio aconteceu nesta sexta, a partir do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Tel Aviv afirmou em um comunicado que a passagem de Erez, no norte de Gaza, seria temporariamente reaberta pela primeira vez desde o início da guerra em 7 de outubro, quando o Hamas promoveu ataques terroristas contra Israel, que reagiu com ataques aéreos e incursões terrestres no território palestino.

A passagem de Erez é a principal entrada para o norte de Gaza, e havia sido destruída durante os ataques de 7 de outubro.

Israel também disse que permitiria que seu porto em Ashdod, no sul do país, recebesse carregamentos de ajuda humanitária destinados a Gaza. E autorizou a ampliação da entrada de ajuda da Jordânia por meio do ponto de passagem de Kerem Shalom.

Desde o início da guerra, apenas a passagem de Rafah, no sul de Gaza, vinha sendo utilizada para a chegada de ajuda humanitária por via terrestre. “Esse aumento da ajuda evitará uma crise humanitária e é necessário para garantir a continuação dos combates e para atingir os objetivos da guerra”, disse o gabinete de Netanyahu.