Obra de Nelson Rodrigues ganha leitura dramatizada de grupos renomados do teatro paraense

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A Casa das Artes abrigou uma noite para os apaixonados pela obra de Nelson Rodrigues. A leitura dramatizada da obra “O que não se diz apodrece em nós” ocorreu na sexta-feira, 5, em Belém. 

Os responsáveis por envolver a plateia na dramaturgia rodriguiniana foram 7 artistas de 3 dos mais respeitados elencos do teatro paraense: os grupos Palha, Cuíra e Gruta. A dramatização dos artistas, Adriano Barroso, Zê Charone, Monalisa da Paz, Elias Hage, Kesynho Houston, Pauli Banhos e Luiz Girard, da obra Anti-Nelson, prendeu totalmente a atenção do público por cerca de 1 h e meia onde num cenário onde os recursos da iluminação cênica marcavam a diferença dos atos, os atores mesmo sentados em uma mínima distância transbordaram expressão corporal.

A montagem  da obra é contemplada pelo edital da Fundação Cultural do Pará, “Prêmio FCP de Incentivo à Arte e à Cultura” de 2023. “Me chamou muito a atenção, porque é algo que impacta a gente. Quando cheguei aqui, eu vi a interpretação deles e a genialidade de tornar a obra com características regionais e introduzir os personagens nesse meio. Eu achei incrível a interpretação deles, de fazer a gente entender a obra e, de fato, desde pequena, essa pequena proporção é uma grande proporção, e ela (a interpretação)tinha levando a gente a embarcar nessa jornada, nesse cenário, assim, muito intenso” descreve Geanne Leite, estudante.

A ideia do espetáculo surgiu de um convite da coordenação de cênicas da Casa das Artes. “Aqui é o lugar dessa pesquisa, desse aprofundamento, dessa poética, então a leitura dramática, que é um projeto que a gente inicia hoje, inaugurou hoje. É previsto uma leitura dramática de direção da professora Doutora Larissa Latif, que é professora lá da Escola de Teatro, e depois a gente vai trazer uma leitura dramática com direção do Nando Lima também. A leitura dramática surge meio como um projeto de encomenda, porque às vezes a gente chama já um trabalho pronto, já tem a dramaturgia, o texto está pronto ou a gente convida um diretor e fala o que você acha de montar uma leitura dramática, convidar um elenco, então também tem esse formato de montar alguma coisa para a Casa das Artes” explica Danilo Bracchi, coordenador de Artes Cênicas e Musicais da FCP.

Para Paulo Santana, diretor de grupo de teatro Palha, o formato permite sentar e refletir sobre a obra, trabalhar um processo de subtexto e levar para a cena a fala e a emoção dos personagens que interpreta. “Eu acho que é uma ideia que dá muito certo. Eu sou professor da universidade, da escola de teatro e dos cursos de licenciatura. E lá eu também estou com uma proposta de trabalhar a leitura dramática. Veja só, é importantíssima a leitura dramática. Hoje não existe o exercício da leitura nas escolas. O tempo é muito curto para discutir conteúdo, então pouco se lê. Projetos como esse fortaleceria um bom entendimento da nossa obra literária brasileira, internacional, regional, poética, dramática” analisa.

Com informações da Ag. Pará.