“Ninguém está acima da lei”, diz Promotoria do julgamento do filho de Biden

Distrito Federal

A promotoria apresentou seus argumentos nesta terça-feira (3) no histórico julgamento criminal de Hunter Biden por acusações relacionadas a armas. A acusação disse aos jurados que o filho do presidente Joe Biden é viciado em drogas e que mentiu em um documento para comprar um revólver, acrescentando que “ninguém está acima da lei”.

Os jurados no tribunal federal em Delaware ouviram os argumentos iniciais da promotoria e da defesa, antes da primeira testemunha, uma agente do FBI, depor.

O advogado de defesa, Abbe Lowell, disse ao júri que as evidências apresentadas no julgamento mostrarão que Hunter Biden, de 54, não violou a lei conscientemente.

O primeiro julgamento de um filho de um presidente em exercício dos Estados Unidos está sob a supervisão da juíza federal Maryellen Noreika.

Na semana passada, Donald Trump se tornou o primeiro ex-presidente americano a ser condenado por um crime.

 

 

O advogado do Departamento de Justiça, Derek Hines, apresentou aos jurados os eventos de outubro de 2018, quando, segundo os promotores, Hunter Biden mentiu sobre o uso de drogas em uma verificação de antecedentes para a compra de uma arma.

“Foi ilegal porque ele era usuário de craque e viciado em drogas”, disse Hines ao júri. “Ninguém está acima da lei”, ele acrescentou.

Trump é o candidato republicano que enfrentará o democrata Joe Biden na eleição de 5 de novembro.

Nem a promotoria nem a defesa mencionaram diretamente essa questão.

Hunter Biden se declarou inocente de três acusações criminais por não ter revelado uso de drogas ilegais quando comprou um revólver calibre 38 Colt Cobra e por ter mantido a posse ilegal da arma durante 11 dias em outubro de 2018.

Lowell pediu que os jurados ouvissem cuidadosamente as evidências que seriam apresentadas. O advogado de defesa ressaltou que o formulário da compra da arma questionava apenas se Hunter Biden era um viciado naquele momento, e não se ele havia usado drogas no passado, acrescentando que seu cliente “não tinha intenção de enganar”.

O julgamento no tribunal federal na cidade americana de Wilmington, onde a família Biden mora, está sendo realizado no momento em que Trump e seus aliados do Congresso continuam acusando o Departamento de Justiça de uma perseguição política contra o ex-presidente republicano.

O promotor-especial, David Weiss, uma indicação de Trump, apresentou o caso contra Hunter Biden e estava no tribunal nesta terça-feira (4). Separadamente, Weiss  também abriu acusações fiscais federais contra Hunter Biden na Califórnia.

O julgamento deve examinar os anos de Hunter Biden com problemas em vício em drogas e alcoolismo.

Em uma mensagem de texto que a acusação disse que será apresentada aos jurados, Hunter Biden falaria que estava atrás de um estádio de beisebol em Wilmington “esperando por um traficante chamado Mookie”.

Hines também disse aos jurados que eles teriam acesso a fotos e registros bancários que mostrariam que Hunter sabia que era um viciado quando comprou a arma, o que a promotoria precisa provar para condená-lo.

Hunter Biden disse à juíza Noreika em uma audiência no ano passado que está sóbrio desde meados de 2019.