mulheres de 40 anos estão falando mais de sexo?

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Há 10 anos, no comecinho da terceira onda feminista, uma reportagem no Uol refletia sobre as características das lobas. A jornalista e escritora Andrea Franco Lopes, autora do livro “40, Sim! E Daí?” (Matrix Editora), afirmava que os 40 anos são significativos mesmo, inclusive em relação à sexualidade. “A mulher está menos submetida a reflexos de uma educação que não a estimulou para uma vida sexual. Está mais audaciosa, se permite e ousa mais”, ela dizia na entrevista.

Uma década depois, o quadro mudou ainda mais. A gente pode até ficar receosa de falar tudo o que pensa, mas mesmo não sendo uma Deborah Secco na sinceridade extrema, consegue verbalizar desejos e inspirações sexual com amigas (e amigos, ué) com muito mais desenvoltura.

“Ah, mas se eu falar disso em público vão pensar que eu estou me oferecendo”, diz uma crença do tempo de nossas avós que insiste em ecoar na nossa cabeça. Bom, se você estiver mesmo se oferecendo — e isso é legalizado no Brasil — falar sobre sexo pode ser um estimulante para que as coisas aconteçam mais fluida e rapidamente do que se ficar escondendo esse jogo aí. E se não estiver se oferecendo, mas alguém cruzar a fronteira do respeito confundindo as coisas, é só mandar um sonoro não que devolve o cara para o lugar de onde não deveria ter saído.

Vamos normalizar o papo sobre sexo — já comentamos aqui o excelente serviço em prol da vida sexual saudável feito por Deborah Secco. Deixa a Grazi transar ou “fazer as coisinhas dela” sem tanto escândalo. Quanto mais a gente falar, ouvir e pensar no que quer na cama aos 40 anos, mais próximas estaremos de uma menopausa ativa, como sugere Silvia Ruiz nessa boa coluna sobre o assunto.

Sim, mulheres de 40 fazem sexo. E falam sobre o assunto livremente. A boa notícia é que falar sobre tabus em voz alta nos faz descobrir o que gostamos ou não, para nos frustrarmos menos em tentativas que não valem a pena. Que bom. É o que a gente merece.

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