MTST diz que publicação sobre Sexta-Feira Santa foi “inapropriada“ e apaga mensagem

Distrito Federal

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse, nesta quarta-feira (3), que considerou “inapropriada” e apagou a postagem realizada na Sexta-Feira Santa (29).

A mensagem trazia uma imagem de Jesus Cristo crucificado. Ele era observado por três soldados romanos, sendo que um deles dizia: “Bandido bom é bandido morto”.

A decisão aconteceu após reunião da coordenação nacional. “Reafirmamos o respeito às religiões cristãs e o compromisso com a liberdade de manifestação religiosa”, explicou o movimento. Ainda repudiaram “as lideranças bolsonaristas que tentaram fazer uso político da situação”.

A expressão “bandido bom é bandido morto” é comumente usada por espectros da direita favoráveis à pena de morte, punição que não existe na legislação brasileira.

Antes da decisão desta quarta, o MTST, ao responder críticas, disse que “a falta de interpretação da imagem e da mensagem é de se impressionar”.

Também foi reproduzido pelo movimento trechos da leitura de Lucas, capítulo, 23, da Bíblia, em que o governador romano Pôncio Pilatos, responsável por julgar Jesus Cristo, diz ao povo que não há provas para levá-lo à morte, mas, diante do clamor público, Jesus foi condenado e crucificado. No lugar dele, Barrabás foi libertado após ser preso por assassinato e incitação de motim.

Embate Boulos e Nunes

A publicação do MTST motivou críticas entre os dois pré-candidatos que lideram a corrida à Prefeitura de São Paulo.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) postou que a imagem do MTST “é de cortar o coração, um sacrilégio”.

Já o deputado Guilherme Boulos (PSOL), que foi coordenador MTST no passado, classificou as críticas de Nunes como “terrorismo moral”. “Isso mostra que sua aliança com o bolsonarismo não é apenas eleitoral. É de princípio e de método”, afirmou Boulos.