Mano Menezes abre bastidores do que viu no Corinthians

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Demitido em fevereiro depois de um início ruim no Campeonato Paulista, Mano Menezes passou a limpo seus últimos meses como treinador do Corinthians durante participação no programa Resenha, da ESPN, que vai ao ar nesta sexta-feira (12), às 22h (de Brasília), com transmissão pela ESPN no Star+.

Mano foi contratado pela gestão de Duilio Monteiro Alves em setembro de 2023 e assinou contrato até o fim de 2025. No entanto, na virada do ano, a sua situação no clube mudou graças à eleição vencida pela oposição, representada pelo candidato Augusto Melo.

No Resenha, Mano contou como foi o primeiro contato com o atual presidente corintiano e disse que ouviu do próprio Augusto Melo que ele era o nome ideal para liderar a reformulação do elenco para a temporada.

“A gente não conhecia as pessoas que iam assumir o Corinthians. Pouca gente conhecia, talvez com exceção do Rubão (diretor de futebol), que já passou antes no Corinthians, e que as pessoas têm uma referência. Então a gente não sabia exatamente onde estaria envolvido. Mas eu fui convidado para uma reunião logo depois que a direção ganhou a eleição”, disse o treinador.

“Se nesse dia eles me dissessem ‘Mano, a gente gostaria de outro treinador’, certamente nós olharíamos um para a cara do outro. ‘Não tem problema nenhum, dou o direito de escolherem outra pessoa. Fazemos um acordo aqui, eu vou para minha casa e vocês tocam a vida de vocês’. Mas não foi isso que eles me disseram. Eles me disseram que eu era o técnico pela experiência que tinha, pelo conhecimento de Corinthians, que seria importante para eles, que estavam chegando agora, para trocar uma ideia de reformulação, algo que eu já tinha feito isso duas vezes no Corinthians. Então eu era o cara que eles acreditavam que ia tocar o projeto”, completou.

A reformulação, porém, foi mais difícil do que Mano esperava. Jogadores experientes e identificados com o clube, como o zagueiro Gil, o lateral-esquerdo Fábio Santos e o meia Renato Augusto, não continuaram para 2024. Foram dez saídas e poucas chegadas para o começo da campanha no Paulistão, o que acarretou em quatro derrotas nas primeiras cinco rodadas da competição.

“Foi talvez um dos momentos mais difíceis que passei no futebol. A troca interna foi muito significativa. A reformulação no grupo também foi significativa. Nós tivemos a saída de jogadores, e que aqui não quero me eximir delas e transferir para a direção. Você perde jogadores com laços, histórias, com referência, então o primeiro mês foi muito difícil. Para que as coisas piorassem, não conseguimos vencer. Porque se você vence, mesmo com dificuldade, vai passando por esse processo com mais tranquilidade para resolver os problemas”, lamentou o treinador.

“Nós estreamos o Torres sem ter feito um treinamento com ele no time principal, porque a defesa principal estava sendo jogada com o Veríssimo. A gente não tinha nenhum jogador da base que foi campeão sub-20, porque o torneio estava em andamento. Não tinha três jogadores da seleção que estavam no Pré-Olímpico. Então não tinha um banco completo para o primeiro jogo. Se olhar lá, tem três goleiros no banco para a gente completar o número mínimo de 23, para não passar tanta vergonha. Tínhamos três jogadores do sub-17, que realmente ninguém conhecia, nem nós. Eles vieram porque não tínhamos jogador para treinar. Então o primeiro mês trouxe essa dificuldade”, finalizou.

A terceira passagem de Mano Menezes pelo Corinthians foi encerrada no dia 5 de fevereiro, depois da derrota em casa para o Novorizontino.

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