Killer Klowns From Outer Space é o game mais ridículo que joguei este ano

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Killer Klowns From Outer Space é um jogo bastante peculiar. Embora surfe na mesma onda de outros games de terror baseados em clássicos do cinema, como Friday 13th: The Game e The Texas Chain Saw Massacre. Só que, ao contrário deles, o título da Teravision Games e da illfonic se apoia em um filme mais do que trash.



Foto: Illfonic / Canaltech

Lançado no Brasil com o nome de Palhaços Assassinos, o longa de 1988 caiu no gosto dos fãs do gênero por ser uma mistura bizarra de terror e comédia — o terrir, como o estilo foi apelidado — que criava seu horror a partir da combinação do ridículo e do absurdo. Afinal, que outra melhor maneira de descrever uma história sobre palhaços assassinos que vêm do espaço em uma nave em forma de circo?




Killer Klowns From Outer Space é tão ridículo quanto um jogo sobre palhaços vindos do espaço pode ser (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Killer Klowns From Outer Space é tão ridículo quanto um jogo sobre palhaços vindos do espaço pode ser (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Foto: Canaltech

Pois é exatamente essa loucura que o jogo tenta traduzir — e que, de forma surpreendente, consegue muito bem. O Canaltech teve acesso antecipado ao game, encarou algumas partidas e desvendou um pouco dessa loucura interestelar circense.

Uma palhaçada de multiplayer

Assim como os jogos recentes baseados em franquias de terror, Killer Klowns From Outer Space se baseia em um multiplayer assimétrico, ou seja, em que os jogadores encaram experiências diferentes ao longo da partida. De um lado, um time fica responsável pelos palhaços assassinos e, do outro, os humanos que lutam para sobreviver — e cada um deles tem seus próprios objetivos e mecânicas próprias.



Objetivo dos palhaços é transformar humanos em casulos para criar o Klownpocalypse. Sim. (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Objetivo dos palhaços é transformar humanos em casulos para criar o Klownpocalypse. Sim. (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Foto: Canaltech

Sem muita surpresa, os palhaços são muito mais divertidos de se jogar do que os humanos. Isso porque, assim como nos filmes, eles são ridículos e isso faz com que o game fique mais divertido.

Controlando esses aliens de picadeiro, você tem um único objetivo: usar sua arma de algodão doce para transformar os humanos em casulo em forma de berinjela e colocá-los em algumas máquinas espalhadas pelo cenário. Caso todos esses dispositivos sejam ativados — o tempo da partida acabe — o Klownpocalypse acontece. 



Os palhaços têm tantas opções que são facilmente a melhor coisa do game (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Os palhaços têm tantas opções que são facilmente a melhor coisa do game (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Foto: Canaltech

Sim, é imbecil nesse nível e é o que torna as coisas bem interessantes. Até porque, da mesma forma como acontece no filme, a illfonic e a Teravision Games souberam usar todos esses elementos ridículos a seu favor para criar uma identidade própria que, mesmo você tendo vergonha de descrever o jogo em voz alta, as coisas funcionam.

Os palhaços se movimentam de forma estranha, suas armas são bem bobas — tanto o laser de algodão doce, a espingarda de pipoca e o seu martelo gigante — e até suas habilidades beiram o nonsense, como o mega salto que você pode dar de tempos em tempos. Só que, quando todas essas loucuras estão juntas, você entende por que diabos ressuscitaram uma franquia já morta e enterrada. 

Contudo, o ponto alto da palhaçada é mesmo o Klowntality (sim, é esse o nome), uma finalização especial que você pode fazer para matar de vez suas vítimas. Ao invés de transformá-los em combustível para sua máquina, é possível eliminá-los com um movimento especial à la Mortal Kombat, mas com um humor bastante exagerado. 

 

Sendo bem honesto, fazer minhas presas voarem com uma martelada ou virarem uma torta humana é muito mais divertido do que colocá-los em casulos.

Correndo para sobreviver

Diante de tantos absurdos, é até esperado que jogar com os humanos não seja um décimo da mesma loucura. Ainda assim, Killer Klowns From Outer Space faz um bom trabalho de criar mecânicas para tornar o controle desses adolescentes interessante. 

Como uma pessoa normal que se depara com um palhaço mal maquiado vindo do espaço, não há muito o que fazer além de correr e fugir. E é esse o seu objetivo por aqui, ainda que com muitas camadas de possibilidade.



Jogar com os humanos é um pouco menos divertido (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Jogar com os humanos é um pouco menos divertido (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Foto: Canaltech

Cada mapa tem alguns pontos de fuga, mas é preciso cumprir alguns pequenos objetivos para poder ativá-los. Para fugir de barco, por exemplo, é preciso encontrar o galão de gasolina e levar até lá, além de ativar o motor. Parece simples, mas a correria indica sua localização para os palhaços e lidar com eles não é uma tarefa tão fácil assim.

Os humanos têm algumas armas que podem ajudar a lidar com os aliens. Armas de fogo ajudam, mas a munição é limitada, e facas e outros objetos são tão úteis quanto limitados. Por isso, ficar longe deles é sempre a melhor opção. 



Principal mecânica de humanos é buscar recursos para lidar com os palhaços (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Principal mecânica de humanos é buscar recursos para lidar com os palhaços (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Foto: Canaltech

Ainda assim, ser uma pessoa comum não significa ser indefeso e você pode até mesmo reagir à transformação em casulo. Dependendo do equipamento à sua disposição, você pode rasgar a estrutura por dentro ou sabotar a máquina caso não tenha sido capturado ainda. 

O objetivo aqui é justamente impedir o Klownpocalypse e fugir o quanto antes. Por isso mesmo, atrapalhar a ação dos palhaços é mais do que fundamental, ainda mais quando seus amigos estão precisando de ajuda por aí.

Boas ideias em meio à loucura

É impressionante como Killer Klowns From Outer Space consegue equilibrar boas ideias em cima de tanta loucura. O jogo não tem medo das bizarrices e do ridículo do filme original e abraça isso para criar soluções criativas para um gênero já bastante explorado.

 

O maior exemplo disso (como se faltassem exemplos de maluquices no game) é a dinâmica das cartas. Ao ser morto durante a partida, os jogadores humanos não são colocados em uma sala de espera ou obrigados a assistir a perseguição dos palhaços de forma passiva. O que a Teravision Games e da illfonic fizeram foi transformar esse momento em um minigame.

Ao morrer, você se depara com vários minigames que aparecem de tempos em tempos enquanto a partida ainda se desenrola. São pequenos desafios de memória ou de martelar a toupeira, no melhor estilo aquelas brincadeiras de parque de diversões. É algo feito para entretê-lo enquanto espera ao mesmo tempo em que ajuda seus companheiros.

Cada um desses minigames gera uma carta de vantagem que você pode distribuir para aliados. São armas ou itens úteis que podem virar o resultado do jogo. Uma faca que surge de repente pode fazer um humano aprisionado escapar, da mesma forma que um item de cura pode surgir para recuperar todo seu HP.



Killer Klowns From Outer Space não tem medo de ser ridículo e isso é ótimo (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Killer Klowns From Outer Space não tem medo de ser ridículo e isso é ótimo (Imagem: Reprodução/Illfonic)

Foto: Canaltech

É uma excelente ideia travestida de brincadeira imbecil — uma descrição que traduz muito bem o espírito de Killer Klowns From Outer Space. Sem sombra de dúvidas, um dos títulos mais ridículos que joguei neste ano e, por isso mesmo, tão divertido e único. 

Killer Klowns From Outer Space chega no dia 4 de junho no Steam, PS5 e Xbox Series X/S.

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