Estudo europeu mostra que ISTs aumentam antes do início da PrEP, não depois

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Até aqui, os resultados dos trabalhos que seguiram por esse caminho foram contraditórios, às vezes encontrando e às vezes não alguma associação entre o uso da PrEP, ocorrência de compensação de risco e o aumento da incidência das ISTs bacterianas.

Um dos motivos dessa divergência está no fato de que, com a rotina de acompanhamento da PrEP, sempre ocorre o aumento significativo da frequência de testagens para as outras ISTs. Assim, um eventual aumento nas taxas poderia não significar o aumento da incidência das ISTs (novos casos), mas uma melhora no diagnóstico das ISTs existentes, sobretudo daquelas assintomáticas.

De fato, desde o início do século, e, portanto, desde muito antes da chegada da PrEP, o mundo tem testemunhado uma profunda transformação da forma como a população desenvolve sua vida sexual. Ao longo desse período, isso certamente contribuiu com o aumento progressivo dos casos de ISTs bacterianas.

Por isso, diante das transformações na sociedade e das mudanças na frequência de testagens para as ISTs, só seria possível estabelecer uma relação de causalidade entre a PrEP e aumento de ISTs se tivéssemos para analisar um banco de dados extenso e completo sobre a saúde sexual de um grande número de indivíduos, desde muito antes da chegada da PrEP até bem depois disso.

Foi isso que os pesquisadores dinamarqueses fizeram.

A Dinamarca é uma referência em estudos de saúde populacional devido à robustez e consistência dos dados de saúde individual coletados em seus bancos de dados de saúde pública. Lá, cada cidadão tem um registro único linkado com um prontuário eletrônico de abrangência nacional, em que se armazenam todos os dados de saúde como consultas, diagnósticos, resultados de exames e medicamentos usados.