Entidades se posicionam contra aumento da altura de 16 hotéis no Plano

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A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF) e o Núcleo do Distrito Federal do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos-DF) se posicionaram contra o aumento da altura de 16 prédios dos Setores Hoteleiros Sul e Norte.

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O Plano de “Preservação” do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) prevê que 16 lotes dessa região, que fica a poucos metros da Esplanada dos Ministérios, passem de 13,5 metros para 35 metros, ou seja, de 3 para 12 andares. Segundo a Comissão de Cultura, Esporte e Lazer da OAB-DF, tal medida “levaria à demolição [das edificações atuais] e substituição por torres similares às dos demais hotéis existentes”.

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A OAB-DF cita, em documento enviado à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em 10 de junho de 2024, que a variação da altura dos edifícios “foi uma premissa da ocupação dos setores hoteleiros, gerando variedade na paisagem e limitação à densidade de área já intensamente ocupada”.

Entenda por que o PPCUB ameaça Brasília:

“Eventuais questões de viabilidade econômica de hotéis de menor porte podem ser enfrentadas por meio do direcionamento a outros públicos ou por meio da permissão de uma variedade de usos, prevista no PLC [projeto de lei complementar] em tramitação, viabilizando, enfim, a preservação da paisagem e a qualidade urbana resultante da variedade tipológica”, diz trecho da manifestação da OAB-DF.

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PPCub permite o aumento de 16 hotéis, que passariam de 3 a 12 andares, nos Setores Hoteleiros Norte e Sul.

Segundo o PPCub, esses 16 prédios no coração de Brasília passariam de 13,5 metros para 35 metros
Os Setores Hoteleiros estão a poucos metros da Esplanada dos Ministérios e têm como principal característica a diversidade na altura das edificações, atributo que ficará comprometido com a permissão para prédios ainda mais altos
Os Setores Hoteleiros estão a poucos metros da Esplanada dos Ministérios e têm como principal característica a diversidade na altura das edificações
Tal atributo de Brasília  ficará comprometido com a permissão para prédios ainda mais altos
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Plano de “Preservação” do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) ameaça Brasília

Hugo Barreto/Metrópoles
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PPCub permite o aumento de 16 hotéis, que passariam de 3 a 12 andares, nos Setores Hoteleiros Norte e Sul.

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Segundo o PPCub, esses 16 prédios no coração de Brasília passariam de 13,5 metros para 35 metros

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Os Setores Hoteleiros estão a poucos metros da Esplanada dos Ministérios e têm como principal característica a diversidade na altura das edificações, atributo que ficará comprometido com a permissão para prédios ainda mais altos

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Os Setores Hoteleiros estão a poucos metros da Esplanada dos Ministérios e têm como principal característica a diversidade na altura das edificações

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Tal atributo de Brasília ficará comprometido com a permissão para prédios ainda mais altos

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Brasília tem características únicas no mundo e é reconhecida por ser uma cidade com grandes áreas verdes e baixa ocupação

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O PPCub, da forma como foi proposto, pode transformar a área tombada em uma “nova Águas Claras”

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Brasília é tombada em níveis nacional e distrital, condições ameaçadas caso o PPCub seja aprovado pela CLDF

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Uma dos quatro arquitetos que assinam o documento da OAB-DF, junto a duas advogadas, Angelina Nardelli Quaglia Berçott disse que “perder edificações que demonstram a memória da cidade em tão curto tempo é contra qualquer regra de preservação”. “Se seguirmos nesse ritmo, viraremos uma cidade comum, ou repleta de edifícios e hotéis ‘paliteiros’”, alertou.

Angelina, que é vice-presidente Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF), enfatizou que os hotéis baixos foram construídos nas primeiras décadas da cidade, e que alguns possuem matrículas que datam de 1961, década da inauguração de Brasília. “A manutenção temporal na paisagem é importante, em especial, numa cidade que é patrimônio mundial e que possui idade tão tenra. Mesmo que neste caso, alguns deles tenha recebido modificações ao longo do tempo. A manutenção deste gabarito, a meu ver, seria interessante”, disse.

O Icomos também expediu manifestação contra a expansão dos hotéis no Plano Piloto, em documento enviado à CLDF no último dia 6 de junho. Coordenador do Núcleo do DF do Icomos, o arquiteto e urbanista Juliano Loureiro de Carvalho disse que o aumento da altura dos prédios na região “afeta negativamente uma paisagem histórica consolidada”.

“O aumento de gabarito nos lotes em questão não é a melhor medida para a área, pois homogeneiza uma área que tem tido tem uma diversidade de formas de ocupação física. Com isso, afeta negativamente uma paisagem histórica consolidada”, afirmou.

O Icomos é uma organização não-governamental ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), entidade que concedeu o título de patrimônio da humanidade à Brasília, há 37 anos.

Em que a população de Brasília ganha com o aumento da altura destes prédios? Quem se beneficiará com esta medida?

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