Entenda a polêmica do tamanho dos campos da Copa América

Esportes

Além das reclamações da Argentina sobre o gramado do Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, outro tema vem gerando polêmica na Copa América 2024: o tamanho dos campos.

Explica-se: dos 14 estádios selecionados para a disputa do torneio da Conmebol nos Estados Unidos, 11 são usados por equipes da NFL, a maior liga de futebol americano do planeta.

Como não são usualmente usados por soccer, eles possuem dimensões um pouco menores. Com isso, boa parte dos estádios da Copa América usará a medida de 100m x 64m, que é mais curta que a dos torneios Fifa – o padrão da entidade máxima do futebol é 105m x 68m.

Ou seja: na competição da Conmebol, os campos serão 5m mais curtos, além de 4m mais estreitos.

Os gramados até estão dentro das especificações da Fifa, que exige entre 100m e 110m de comprimento por 64m a 75m de largura. No entanto, alguns jogadores foram vocais ao apontarem um certo “desconforto” com as medidas mais exíguas, que deixaram as marcações ainda mais apertadas.

Foi o caso do atacante Rodrygo, da seleção brasileira, que falou sobre o tema em coletiva de imprensa no último sábado (22).

O jogador do Real Madrid relembrou o recente empate por 1 a 1 com os Estados Unidos, que foi disputado num campo de “dimensões NFL”, e confirmou que os jogadores da equipe canarinho estão sentindo dificuldades com o pouco espaço para as jogadas fluírem.

“Isso [dimensões dos campos] é um assunto complicado. A gente está sentindo um pouco isso [dificuldades pelas dimensões dos campos], por isso nos treinos estamos tentando nos acostumar o mais rápido possível”, admitiu.

“No amistoso contra os Estados Unidos, não havia muito espaço. Eu gosto de estar entre as linhas para poder arrancar, mas nunca tinha espaço, os adversários estavam sempre próximos”, recordou.

“É um tema complicado, mas a gente vai acostumando com os treinos. Vamos ver a forma certa de jogar e a gente vai se acostumar”, complementou.

Vale lembrar que a estreia do Brasil na Copa América será no SoFi Stadium, que recebe jogos do Los Angeles Rams e do Los Angeles Chargers na NFL – portanto, a grama tem dimensões de futebol americano.

Até por isso, muitos dos treinos prévios do Brasil antes da estreia na Copa América são focados em circulação de bola, contando com intensa movimentação dos atacantes – Vinicius Jr. e Rodrygo, por exemplo, alternam bastante entre a ponta esquerda e o centro do ataque.

É dessa forma que a seleção vai tentar surpreender os marcadores na competição internacional.

“Não dá para contar muito os nosso segredos, mas uma coisa legal (que o Brasil vem fazendo nos treinos) é que a gente vem fazendo bastante a troca entre eu e o Vini entre o centro e a esquerda. Antes, dificilmente a gente tinha essa troca de eu jogar mais pela esquerda”, afirmou Rodrygo.

“Até nos jogos eliminatórios (da Champions com o Real Madrid) contra o Manchester City eu joguei mais pela esquerda, enquanto o Vini atuou mais por dentro. Isso deu muito certo. Fizemos isso também no amistoso contra os Estados Unidos. Quando saiu a escalação, todo mundo achou que eu era o ‘9’ e ele era o ponta, mas foi ao contrário. São essas variações que a gente vai poder trazer para cá. Mas o resto do que vamos fazer é segredo…”, brincou.

Neste domingo (23), a seleção faz seu último treino antes da estreia. O trabalho será realizado no SoFi Stadium, onde acontecerá o jogo contra a Costa Rica. Posteriormente, haverá coletiva de imprensa com o técnico Dorival Júnior e um jogador.

Já na segunda-feira, o time canarinho entra em campo às 22h (de Brasília) para o debute na Copa América.

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