Empresário perde a paciência e Mercadante diz para descer do palanque

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– “O Executivo faz embargos auriculares, falando que se não decidir assim o país tá quebrado. O Judiciário se deixa influenciar por isso e começa a autuar as empresas. E daí invade a área do Legislativo, que começa a atuar contra os dois”.

“Quando se fala dos juros altos, tem uma questão importante que pouca gente fala que é a nossa insegurança jurídica, que também encarece os juros no Brasil. O custo de todas essas incertezas estão ali na taxa de juros. Se o governo organizasse tudo isso e controlasse a questão fiscal, os juros cairiam pelo motivo certo e esse país voltaria a crescer. Como vimos, aliás, no governo Lula 1”.

Mas o que está por trás da irritação de Ometto, um dos empresários mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?

Os dois já haviam se desentendido recentemente, quando Lula tentou emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Vale, hoje uma mineradora privada, da qual a Cosan, de Ometto, é sócia. Mas a relação azedou de vez com a “MP do fim do mundo”,

Nesta última semana, o setor exportador e, particularmente o agronegócio, ficou revoltado com a medida provisória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acabou com a compensação cruzada de créditos de PIS/Cofins com tributos federais. O assunto parece muito técnico, mas foi uma briga de décadas desde a criação da Lei Kandir e significa um prejuízo de pelo menos R$ 30 bilhões.

Tentando fechar a planilha e irritado com a conta da desoneração dos municípios que o Congresso o fez engolir durante um ano eleitoral, Haddad comprou uma briga pesada demais. E se o chamado PIB já vinha perdendo a paciência com Lula e migrando para a oposição, as falas de Ometto mostram que o caldo pode ter entornado de vez.