Eduardo Paes diz que ‘foi um erro’ nomear Chiquinho Brazão e que ‘aliança tem limite’

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Prefeito do Rio de Janeiro alegou ter se equivocado quanto aos riscos de ter Chiquinho Brazão no primeiro escalão da prefeitura do Rio de Janeiro; deputado apontado como mandante do assassinato de Marielle Franco já era investigado quando ganhou o cargo na gestão de Paes

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (MDB) se manifestou pela primeira vez neste sábado, 30, sobre a prisão do ex-aliado e ex-secretário municipal, o deputado Chiquinho Brazão, apontado pela Polícia Federal como o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. “Foi um erro da minha parte colocar no governo uma pessoa que tinha suspeita no caso”, disse Paes.

“É óbvio que posso aqui ter todas as desculpas do mundo, foram seis anos (de investigação) e todo mundo já tinha sido acusado de tudo, mas errei. O mais importante quando se erra é consertar o erro. Já tinha pedido que ele fosse retirado da secretaria, quando começaram a surgir os boatos”, afirmou o prefeito.

Eduardo Paes fez a declaração a jornalistas durante evento de inauguração do BRT Transbrasil no Terminal Intermodal Gentileza. A manifestação foi registrada pelo jornal O Globo.

Chiquinho Brazão se licenciou do cargo de deputado federal, em outubro de 2023, para tomar posse como secretário especial de Ação Comunitária da prefeitura do Rio, na gestão de Eduardo Paes. A nomeação dele foi consequência de um arranjo partidário. A passagem foi curta e terminou em fevereiro deste ano, quando começaram a circular as primeiras informações de que ele teria envolvimento com o assassinato de Marielle.

Na última terça-feira, 26, a prefeitura exonerou seis servidores nomeados por indicação do deputado. Paes afirmou nesta sábado que “os quadros que tínhamos do Republicanos aqui não eram adequados”.

Embora Brazão fosse filiado ao União Brasil, a sua nomeação como secretário foi costurada entre Paes e o Republicanos para viabilizar o apoio do partido à sua reeleição nas eleições municipais deste ano. Após a operação da Polícia Federal que resultou na prisão do parlamentar, o partido decidiu expulsá-lo de seus quadros.

“Queremos alianças, mas as alianças têm que ter um limite. E quando digo que errei, acho que fiz uma avaliação equivocada de que não tinha esse risco”, disse Paes. “E quando digo que errei, acho que fiz uma avaliação equivocada de que não tinha esse risco. A gente governa a cidade com os melhores quadros e meu governo vai continuar dando demonstração de que não tem conivência com nenhum tipo de irregularidade”, completou.

Em nota divulgada à imprensa após a operação da PF, a Prefeitura do Rio informou que “o Partido Republicanos, ao estabelecer aliança com a administração municipal, escolheu o deputado federal Chiquinho Brazão como representante da legenda para ocupar a secretaria” e que a decisão de exonerá-lo se deu “quando surgiram especulações sobre o caso”.

Brazão já era investigado pelo assassinato de Marielle quando foi nomeado por Paes. A cerimônia de posse ocorreu na esteira do deslocamento de competência da Justiça Estadual do Rio para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob suspeita de envolvimento do político.