duplistas já processaram a ATP e ganharam

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E o buraco era ainda mais fundo: o presidente da ATP para a Europa naquela época, um cidadão chamado Horst Klosterkemper, declarou na ocasião que “as duplas tornaram-se, essencialmente, um evento de caridade para jogadores.” Não preciso dizer que a frase provocou revolta entre os duplistas, especialmente Mark Knowles, que era vice-presidente do Conselho dos Jogadores.

Foi aí que um grupo de mais de 40 tenistas, liderados pelos irmãos Bob e Mike Bryan (como escrevi acima, outros tempos!), anunciaram durante o US Open de 2005 que processariam a ATP. Durante o litígio, houve uma mudança de comando na entidade, e Etienne de Villiers, que substituiu Mark Myles como CEO, era mais favorável às duplas. Em 2006, a ATP acabou recuando, e o processo foi dado como encerrado. A concessão feita pelos duplistas foi aceitar a implementação do no-ad e do match tie-break. Hoje, todos sabemos que isso também não adiantou em nada a atrair os melhores simplistas para o circuito de duplas. Assim como as mudanças testadas em Madri…

Coisas que eu acho que acho:

– Uma consequência polêmica dos jogos mais curtos de duplas: a medida alongou a carreira dos atletas. Hoje, o top 10 de duplas mais jovem tem 32 anos. há sete atletas com mais de 35 e dois com mais de 40. Rohan Bopanna, hoje com 44, é o atual campeão do Australian Open. Ele fez parceria com o “jovem” Ebden, 36.

– Digo que é uma consequência polêmica porque enquanto os duplistas comemoram a chance de jogar por mais tempo, os haters (entre eles, tenistas que foram bons simplistas, mas nunca tentaram o circuito de duplas full time) acham um absurdo ver que a elite da modalidade é dominada por veteranos – inclusive alguns quarentões.

– Um novo processo teria resultados semelhantemente positivos para os duplistas? Difícil de saber. Repito: os tempos são outros; os atletas, idem. Tenho minhas dúvidas se a atual elite veterana das duplas teria energia para uma briga judicial.