CR7 é salvo por goleiro, e Portugal tem novo herói exatos 18 anos depois

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Exatamente 18 anos atrás, no dia 1o de julho de 2006, Portugal eliminou a Inglaterra nos pênaltis nas quartas de final da Copa – após um 0 a 0, com o goleiro Ricardo pegando dois pênaltis dos ingleses. Hoje, um outro goleiro transformou-se em herói nacional.

(nota do autor: Ricardo havia defendido pênaltis ingleses sem as luvas na Euro de 2004, dois anos antes; em 2006, foi herói, mas com luvas, ao contrário do que eu havia contado aqui).

Fã de Vítor Baía, Diogo Costa tinha 11 anos quando foi jogar no Porto. Viveu todas as etapas de formação, jogou na seleção nacional desde o sub-15 e o caminho natural era estar onde está.

O primeiro milagre dele em Frankfurt, no mano a mano com Sesko, lembrou o famoso Diego Souza x Cássio de 2012. O atacante esloveno correu sozinho, sem ninguém para incomodá-lo e bateu (tinha mil coisas para fazer, era só escolher, ele preferiu finalizar baixo, rasante). A diferença para o lance do Pacaembu foi que Diogo Costa fez a defesa com o pé, abrindo o espacate, em vez de voar na bola com a mão, como Cássio.

Portugal tinha um domínio mentiroso do jogo, que acabava em cruzamentos sem sentido. No primeiro tempo, Nuno Mendes e Rafael Leão foram os melhores pela esquerda, no segundo quem se destacou foi Cancelo pela direita. Cristiano Ronaldo teve chances na primeira etapa, bateu uma boa falta na segunda, na única grande defesa de Oblak. Bruno Fernandes era um peso morto em campo, ao contrário de Vitinha, que dava alguma movimentação. Cristiano, parado no ataque, parecia aqueles centroavantes que tínhamos aos montes no Brasil, lento, ali na área, olhando o jogo passar para lá e para cá, esperando uma bola para ver se chega à consagração. É tipo jogar com 10.

Numa rara jogada de infiltração, já na prorrogação, Diogo Jota foi para a área e trombou com a defesa da Eslovênia. Nada a marcar, só que o juiz deu pênalti. No meu ponto de vista, mal marcado, mas o VAR acertou ao não chamar – interpretação pura, não tem que se meter. Cristiano Ronaldo, zero gols na Euro, foi virar herói. Nem bateu tão mal, foi no cantinho, mas Oblak, um goleiro que é espetacular, porém com poucos pênaltis defendidos no curriculum, voou para pegar.