Cássio revela ‘série de situações’ que o fizeram deixar o Corinthians

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Depois de o Corinthians confirmar a rescisão amigável de contrato, Cássio falou pela última vez na sala de imprensa do CT Dr. Joaquim Grava como goleiro do clube após 12 anos e 712 jogos.

Questionado sobre o motivo pelo qual decidiu encerrar seu contrato antecipadamente, uma vez que tinha vínculo até 31 de dezembro, o ídolo da torcida afirmou que a escolha não se deveu apenas a um ponto, mas que passou pelo desejo de buscar um “um novo desafio na carreira”.

“Acho que é uma série de situações. Você, em certo momento, entende que o ciclo acabou. Estou tranquilo quanto a isso. Você olha para trás e vê o que conquistou. No começo do ano teve uma possibilidade de eu sair, mas entendi que não era o momento. Eu achei que nesse momento era de seguir, ter um novo desafio na carreira. Sair bem, sabe? Olha para trás, tentei sempre fazer o meu melhor”, disse o goleiro.

“Conversei com o presidente, com o Fabinho. Valorizar o presidente Augusto, Fabinho, a condução de tudo como foi feito, nunca teve briga, teve conversas sinceras com pessoas sérias que querem ajudar o Corinthians e certeza que vão. Encerrar um ciclo, são 12 anos e cinco meses, nesse momento preciso de um novo desafio”.

“Às vezes converso com outros jogadores, eles falam de outros clubes, como é em tal clube e em outro, eu fiquei 12 anos aqui, para mim é novo. Eu vivo ano a ano, estava adaptado aqui, mas entendo que é legal sair e sair bem, com respeito e carinho. Achei que era o momento, chegamos a um acordo para terminar o vínculo neste momento”.

Sobre o desabafo que fez após a derrota para o Argentinos Juniors, na última partida que fez com a camisa alvinegra, Cássio foi categórico ao afirmar que não deixou o clube pela condição de reserva.

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“Naquele momento, foi falado que poderia não ir para o jogo. Eu não estou saindo por ir para o banco, estou saindo por entender que o ciclo acabou. Tem que entender, tem que ter sabedoria e grandeza. Em momento algum estou saindo porque estou no banco, fui para o banco outras vezes, em 2016, e continuei aqui. Então, assim, não saio por atrito com ninguém, trabalhei aqui mais de 12 anos, nunca tive problema com nenhum treinador, jogador, ninguém. Coloquei minha cara sempre e fiz de tudo para ajudar o Corinthians”.

“Muitas coisas vocês sabem, muitas coisas vocês não sabem. Minha dedicação, meu empenho. Saio com dever cumprido, tranquilo. Isso não tenho a menor dúvida, fiz meu melhor para o Corinthians. Estive com o Corinthians nos momentos mais difíceis, nunca abdiquei”.

“Corinthians está muito bem servido de goleiros, tem o Carlos Miguel, que vem jogando, tem o Donelli e o Felipe Longo. Tem muitos jogadores promissores. Estive com o time em todos os momentos, saio feliz, 12 anos de empenho e dedicação. Fiz de tudo, possível e impossível para ajudar a instituição, porque ninguém está acima dela. Posso ter 15, 20 anos de Corinthians, nunca estarei acima. Entendo que chegou meu tempo e que era a hora de acontecer”.

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Aos 36 anos, o gaúcho de Veranópolis deixa o Parque São Jorge como segundo atleta com mais jogos disputados na história do Corinthians (712), superado apenas pelas 806 partidas em que o ex-lateral-esquerdo Wladimir defendeu o clube em duas passagens: 1972 a 1985, e depois em 1987.

Assim como Cássio agora, Wladimir também trocou o Corinthians pelo Cruzeiro, onde atuou em 58 jogos em 1988.

Fundamental na inédita conquista da CONMEBOL Libertadores e eleito melhor jogador na taça do Mundial de Clubes da Fifa, ambas em 2012, Cássio Roberto Ramos faz parte do grupo de atletas com mais títulos na história do Corinthians, empatado com Luizinho, Zé Maria, Cláudio e Del Debbio, todos com nove troféus.

Marcelinho Carioca, com dez, lidera o ranking.

O camisa 12 ainda fez parte como titular nas conquistas de outros sete títulos no clube: quatro do Campeonato Paulista (2013, 2017, 2018 e 2019), duas do Campeonato Brasileiro (2015 e 2017) e a da CONMEBOL Recopa (2013).

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