Caso Marielle: PF pede abertura de quatro novos inquéritos

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O relatório da Polícia Federal (PF) produzido a partir da análise dos materiais apreendidos na operação que pendeu os mandantes da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes pede a abertura de quatro inquéritos.

As investigações seriam abertas com base em provas colhidas na operação, como trocas de mensagens e documentos encontrados nos aparelhos dos investidados. Em um dos pedidos, a PF solicita a autorização de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre “apuração de indícios de crimes contra a administração pública possivelmente praticados por parlamentares federais no exercício de seus respectivos mandatos”.

Em outro, a PF pede remesssa do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), ante os indícios de crimes contra a administração pública e de lavagem de capitais possivelmente praticados pelo Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão.

A corporação demanda envio do relatório também à Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas, para que se apure a posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e de arma com numeração suprimida por Robson Calixto Fonseca, vulgo Peixe, que é ex-assessor de Domingos Brazão.

Há ainda um pedido ao Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), ante os indícios da suposta prática de crimes contra a administração pública e de lavagem de capitais praticados pelo ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa e a esposa, Érika Araújo.

Prisão dos mandantes

Em março deste ano, a PF prendeu os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa por suspeita de terem mandado matar Marielle Franco. Relatório da PF indicou que o crime foi idealizado pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e meticulosamente planejado pelo ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) responsabilizou pelo duplo homicídio: o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Inácio Brazão, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão, Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e o ex-policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira.

A PGR considerou que Marielle foi morta por representar um obstáculo para os interesses econômicos dos irmãos Brazão.