caráter e sacrifício na Copa Davis

Esportes

Jaime Oncins sabe como poucos o que é a Copa Davis, mesmo que a competição, hoje, seja uma versão fast food do que já foi um evento mais exigente para os atletas e mais cativante para o público. O paulista, hoje com 53 anos, defendeu o país com raça. Lutou em condições adversas, comprometeu calendários e, mesmo nos duros dias em que cometeu duplas faltas por atacado, deixou tudo que tinha em quadra.

Por isso, o cargo de capitão – que chegou com quase 20 anos de atraso – está em boas mãos. Com um elenco modesto para os padrões mundiais, o Brasil de Oncins foi rebaixado em 2022, após derrotas para Alemanha e Portugal, mas subiu de novo em 2023, quando superou China e Dinamarca. Agora, em 2024, superou a Suécia fora de casa e conquistou a primeira vaga do Brasil na fase final desde que a Davis estreou seu novo formato, em 2019.

Oncins merece aplausos pelos resultados, mas também por sua postura. Fast food ou não, a Davis de hoje ainda exige algumas das qualidades de sempre e ajuda a separar quem é quem. Não por acaso, foram do capitão as frases que mais me chamaram a atenção durante o fim de semana.

“A construção de um time não basta apenas ter bons jogadores, precisa ter pessoas de caráter e dispostas a alguns sacrifícios”, postou em sua conta no Instagram.

“Tenho um orgulho muito grande deste time, todos os jogadores comprometidos, deixaram suas coisas de lado para estarem aqui, numa união muito grande e com um objetivo único que era vencer”, foi a frase de Oncins no comunicado da CBT deste sábado, após o triunfo.

As palavras-chave estão todas aí. Caráter. Sacrifício. Comprometimento. União. É fácil entender a mensagem. Parabéns ao capitão e ao time que venceu em Helsingborg.

Coisas que eu acho que acho:

– Achei arriscada a escalação de Gustavo Heide, estreante na Davis, para o primeiro jogo de simples. Acreditava que Felipe Meligeni, mais experiente, teria chances maiores contra Ymer. No fim, com as vitórias dos duplistas e, principalmente, de Monteiro, o quinto jogo não foi necessário, e o revés de Heide pouco pesou.

– Monteiro sai de Helsingborg mais forte. Vinha de lesão e pouco jogou na temporada antes de aceitar largar o saibro para defender o Brasil numa quadra dura na Escandinávia. Não jogou seu melhor tênis, mas Davis não dá style points. O cearense venceu seus dois jogos, foi crucial para o time, e isso é o que importa.

– Nesta segunda-feira, começa a temporada sul-americana de saibro. O único brasileiro no ATP 250 de Córdoba é Thiago Wild, que estreia contra o boliviano Hugo Dellien. O paranaense, atual número 1 do Brasil, estava convocado para a Copa Davis, mas pediu dispensa por causa de um desconforto no pé.

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