Cantoras alegaram falta de segurança como motivo para cancelamento dos shows; mãe de vítima de eletrocussão em festival aponta produtora como responsável
Foto: Divulgação/IM Music / Pipoca Moderna
Roberta Isaac Ferreira, mãe do jovem João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, que morreu em março deste ano após ser eletrocutado durante um festival no Rio de Janeiro, acredita que a morte do filho possa estar relacionada com os cancelamentos das turnês de Ivete Sangalo e Ludmilla, anunciados nesta quarta-feira (15/5). Ela contou ao “Melhor da Tarde” que a 30E, produtora responsável pelas apresentações das duas artistas, é a mesma do festival “I Wanna Be Tour”, em que o filho dela morreu.
Investigação e indiciamentos
“O inquérito da delegacia já foi encerrado e 13 pessoas foram indiciadas. Nove vão responder por dolo eventual (quando assume o risco de matar) e os outros quatro por fraude processual. Agora, temos que aguardar o Ministério Público. Inclusive, hoje eu fiquei sabendo que duas turnês foram canceladas dessa empresa: a da Ludmilla e da Ivete Sangalo por falta de segurança nos eventos, que é uma responsabilidade da produtora”, disse Roberta.
João Vinícius, natural de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, estava na capital fluminense para o festival. Durante o evento, uma chuva levou o jovem a buscar abrigo ao lado de um food truck, cuja estrutura estava energizada, resultando em sua eletrocussão.
Além do indiciamento por este caso, a 30E acumula uma dívida superior a R$ 2,6 milhões em multas trabalhistas. A produtora enfrenta dez processos de autuação abertos no sistema do Ministério do Trabalho, relacionados ao descumprimento de regras estabelecidas na CLT, principalmente normas de segurança e medicina do trabalho.
Cancelamento das turnês
Ludmilla e Ivete Sangalo usaram suas redes sociais na manhã desta quarta-feira (15) para explicar que as turnês, que celebrariam os 10 e 30 anos de carreira delas, respectivamente, foram canceladas porque a 30E não iria mais conseguir entregar a grande infraestrutura prometida para os eventos, comprometendo a segurança dos shows.
A 30E rebateu as alegações das artistas, afirmando que os ingressos não estavam sendo vendidos como esperado. A produtora lamentou a decisão unilateral das artistas e divulgou uma nota oficial explicando que propôs diminuir a estrutura dos shows para contornar a situação.
