Brasília, 64 anos: 1ª lista telefônica teve Niemeyer e Israel Pinheiro

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Brasília chamava a atenção do país pelo seu espírito modernista e de vanguarda. Antes mesmo de ser inaugurada, a capital apresentava uma lista telefônica com os contatos do principal arquiteto da cidade projetada e do presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital Federal (Novacap), responsável pela execução das obras.

Bastava discar 1201 para falar diretamente com o presidente da Novacap, Israel Pinheiro, ou então 1020 para bater um papo com o responsável por desenhar os projetos dos edifícios públicos mais conhecidos do país, Oscar Niemeyer. A lista ainda trazia o nome do principal urbanista da capital, Lúcio Costa. Era simplesmente ligar 1240 para entrar em contato com o “criador” das asas do Plano Piloto.


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O livro, de 1959, tinha apenas 32 páginas e fotos de dois prédios que haviam sido concluídos até então: o Palácio da Alvorada e o Brasília Palace Hotel. Essas construções ilustravam o interior do catálogo e a capa era vermelha.

Exemplares estão guardados na sede do Arquivo Público do Distrito Federal, que tem a função de proteger o acervo.

Após a construção

Um ano depois, quando Brasília abriu oficialmente as portas para todo o Brasil, um novo catálogo telefônico foi publicado. Desta vez, já repleto de anúncios de empresas e com cerca de 100 páginas e contatos de moradores locais.

A partir dali, a cidade recém-inaugurada cresceria cada vez mais. Com mais pessoas e mais telefones, as listas telefônicas chegaram a ser arquivos imensos, atualmente obsoletos pelo avanço da internet.

A 1ª lista após a inauguração também trazia consigo os nomes de Oscar Niemeyer e Israel Pinheiro. Outros pioneiros também apareciam. Um fato curioso era a publicidade da época que apresentava propagandas de Belém, Belo Horizonte, Niterói, Salvador, São Paulo, Porto Alegre entre outros municípios brasileiros.

As páginas também faziam propaganda de Brasília, mostrando o avanço da construção e de como funcionaria o sistema educacional na cidade.

Telefones de embaixadas como a dos Estados Unidos da América e de escolas parque também constavam na lista. O Metrópoles tem imagens da lista, mas o Arquivo Público alegou que mesmo após 64 anos as informações se encontram dentro da Lei de Proteção de Dados.