Brasil precisa ir às ruas contra o retrocesso

Esportes

Nós sabemos quem são as principais vítimas do Estado. Sabemos também onde moram e os motivos que as fazem recorrer ao aborto, que nunca deixou – nem deixará de ser – uma pauta de saúde pública. E pronto. Aqui, poderíamos terminar o debate sobre a temática. Mas o machismo e o poder insistem em se apropriar das estruturas e usurpá-las sob a égide de uma proteção falsa de ordem e respeito ao núcleo familiar.

E não: essa conversa não tem absolutamente nada a ver com religião. Aliás, é errado apontar católicos e também pessoas dos segmentos evangélicos como causadores deste momento, num discurso que une fé e abraço à vida. Quem fizer essa correlação está sendo preconceituoso, no mínimo.

O que vemos agora é uma batalha sobre os corpos femininos. Sobre seus limites. Sobre o que se pode ou não fazer. Sobre quem quer ter o direito ao ”sim”.

Não precisaria nem dizer que, se fosse um homem sendo estuprado, a lei nem chegaria a ser criada. Até porque, no Brasil, parece ser preciso sentir, aparentemente na pele, para enfim, legislar sobre algo.

As mulheres são a força-motriz dessa nação. Se unidas, conseguem a mudança. E quem está do outro lado, que apoie.

O Brasil precisa ir para às ruas contra o retrocesso.